"Não confieis na extorção, nem vos glorieis em coisas roubadas; ainda que as vossas riquezas aumentem, não ponhais nelas o coração. Uma coisa disse Deus, duas coisas ouvi: que o poder pertence a Deus, e a ti, Senhor, pertence o amor. Certamente retribuirás a cada um segundo a sua obra." (Salmo 62.10-12)
Temos acompanhado nestes últimos dias os conflitos mais recentes entre as emissoras de TV, Rede Record e Rede Globo, se por razões de interesses particulares ou por justa causa, fica difícil saber. Apesar dos evangélicos não concordarem com a constante apologia da Rede Globo ao Espiritismo e ao espiritualismo moderno - na verdade, é natural que neste mundo cada um pregue e "puxe sardinha" para aquilo em que crê, e por isso, cabe uma análise de coerência das doutrinas - há de se convir que pelas práticas da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD)também não podemos defendê-la das acusações que sofre, pois que está há muitos quilômetros de distância das práticas bíblicas. E, conforme João 8.47: "Quem pertence a Deus ouve as palavras de Deus". Significa dizer que se alguém não vive na prática conforme os princípios bíblicos, este não pertence a Deus, e naturalmente suas ações serão frutos de sua impiedade. Por isso, não seria novidade os líderes da referida igreja estarem envolvidos com a injustiça e a impiedade, visto que não praticam a palavra de Deus, e por isso, não pertencem a Deus. Há muito tempo a Bíblia nos adverte sobre falsos profetas: "...entre vós haverá também falsos mestres, os quais introduzirão encobertamente heresias destruidoras... E muitos seguirão as suas dissoluções, e por causa deles será blasfemado o caminho da verdade. Por ganância farão de vós negócio, com palavras fingidas. Para eles o juízo lavrado há muito tempo não tarda, e a sua destruição não dorme." (2 Pedro 2.1-3)
Aqueles que querem descobrir a verdade, precisam antes conhecer o Deus da verdade. Se por um lado, igrejas como a IURD são culpadas de um ensino errado e por isso serão julgadas, por outro, as pessoas que delas participam serão culpadas pela negligência do conhecimento, por aceitarem prontamente tudo o que se diz e não se preocuparem em conhecer com profundidade as Sagradas Escrituras. A Bíblia afirma que os que se acham no caminho do Senhor se portam irrepreensivelmente, suas ações são sempre justas e verdadeiras. Estes não têm do que temer, nem do que se envergonhar, nem se acham contra eles prova de injustiça. (1 Tessalonicenses 2.10; Salmo 37.18, 19, 28).
O que mais preocupa nesse debate é qual tem sido a atitude dos cristãos numa geração como esta em que se faz necessário que o mundo conheça padrões de justiça mais elevados. Na verdade, igrejas que pregam a chamada Teologia da Prosperidade, existem devido a um mercado religioso incentivado pelos seus próprios fiéis. São pessoas que se acostumaram a hábitos consumistas, e a receber somente. Dão, mas para ter. Tudo o que fazem é voltado para seu próprio prazer e conforto. Logicamente, pessoas assim farão de tudo que estiver ao seu alcance para atingir os alvos que almejam, e não duvido que em meio a isso esteja a injustiça. Assim, cresce a fama dos "crentes" caloteiros. Lembramos a expressão da Bispa Sônia Hernandes, publicada pela Veja, que em meio aos questionamentos sobre dívidas da Igreja Renascer, respondeu: "Devo, não nego. Pago quando Deus quiser!". Anos depois, ficou presa nos EUA com seu esposo, chamado de apóstolo Estevão Hernandes, por novos escândalos financeiros. Todos os atrelados a essa teologia, parecem desenvolver uma mania de grandeza que, visivelmente, tem-se demonstrado que prece à queda. A Bíblia porém fala dos cristãos como "a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para anunciar as grandezas daquele que nos chamou das travas para a sua maravilhosa luz." (1 Pedro 2.9).
Um cristão de verdade terá como sua maior preocupação agradar a Deus, ainda que isso lhe custe algo, e até mesmo sua própria vida. Ele não pensa apenas em si mesmo, e sabe se contentar com aquilo que tem, pois crê que Deus dá o que ele precisa. Ele foi chamado para falar das grandezas de Deus e para viver em sua luz (justiça). É inaceitável que um cristão tenha seu nome manchado por negócios injustos, mentira, etc. E neste mundo, frequentemente ele será provado em sua fidelidade. Deixar-se envolver pela injustiça, ainda que nas pequenas coisas, é uma incoerência com a sua identidade, pois carrega o nome de Deus, e está blasfemando do Seu santo nome. E quando me refiro a injustiça, não estou apenas falando de questões relacionadas a dinheiro. Mas, também de mentira, imoralidade, acepção de pessoas, entre outras coisas.
Nós fomos chamados para estabelecer novos padrões de justiça, e isso é um grande desafio num mundo que tende para o mal. Todavia, é preciso pagar o preço, à semelhança de cristãos como Martin Luther King Jr., que não teve sua vida por precisa. É preciso romper com os sistemas que governam esse mundo, não se deixando envolver simplismente para se obter alguma vantagem. Não há nada que justifique um cristão ter seu nome manchado por vantagens num mundo que nem se quer é o seu. Somos cidadãos dos céus!
Que nunca nos esqueçamos de orar como Jesus nos ensinou: "Não nos deixes cair em tentação, mais livra-nos do mal." (Mt 6.13). Que o Senhor nos ajude a viver de forma honrosa neste mundo, dando bom testemunho do nosso Deus, através dos atos, palavras e intenções. Que vivamos a justiça de Deus a qualquer preço! Amém.